Crime em Conselheiro Zacarias permanece sem prisões e falta de resposta da polícia
- Jivago França
- 16 de nov. de 2019
- 3 min de leitura
A morte violenta do vendedor autônomo Emerson Fernandes Nogueira, 22 anos, e a tentativa de homicídio sofrida por seu irmão, o mecânico Alexandro Aparecido Fernandes Xavier, 30 anos, em pleno Dia das Mães, no distrito de Conselheiro Zacarias, em Santo Antônio da Platina, completa nesta sexta-feira 40 dias sem prisões e explicações da Polícia Civil sobre o caso.Durante uma suposta discussão em um bar do distrito, Nogueira foi degolado e teve parte do nariz arrancado por um golpe de faca desferido por um de seus algozes. Xavier tentou evitar que seu irmão fosse assassinado, e só não morreu também porque seu padrasto implorou ao trio indiciado pelos crimes pela vida do enteado. O velório do vendedor aconteceu com caixão lacrado, e o mecânico permaneceu quatro dias internado após passar por cirurgia.
A violência em Conselheiro Zacarias chocou a comunidade local e do Norte Pioneiro, que ainda tentam entender o que de fato motivou Irani dos Santos Abreu, 54 anos, o ‘Bainho’, seu filho Irineu dos Santos Abreu, 21 anos, e Diego dos Santos Chagas, também de 21 anos, a praticarem os delitos, bem como a razão da liberdade concedida ao trio após prestar depoimento à Polícia Civil horas depois do ocorrido. Os três saíram pela porta da frente da 38º Delegacia de Polícia Civil.
Na tarde do dia 2 de junho, a Vara Criminal da Comarca de Santo Antônio da Platina decretou a prisão dos três indicados a pedido da delegada Lucy Atena de Aquino Santiago, que responde provisoriamente pela delegacia.No entanto, quando o pedido foi deferido, o trio não já não estava mais na cidade.
Na manhã seguinte, a reportagem tentou entrevistar a delegada Lucy Santiago, mas sua assessoria informou que ela só falaria com a imprensa sobre o caso dentro de alguns dias.
Na tarde de segunda-feira, 19, a chefe-interina da unidade policial foi novamente procurada para comentar as investigações. Desta vez, sua assessoria informou que na quarta-feira, 21, ela falaria sobre o caso. Entretanto, ao invés de receber a reportagem na data combinada, a delegada pediu ao portal que enviasse as perguntas por e-mail para que ela respondesse os questionamentos no mesmo dia, o que não aconteceu na quarta nem nesta quinta-feira até a publicação da matéria.
A reportagem procurou o delegado-chefe da 12ª Subdivisão Policial de Jacarezinho, Amir Roberto Salmen, que por telefone se prontificou a apresentar o resultado das investigações o mais breve possível. Mas até esta quinta-feira, 22, essas informações não haviam chegado à redação do portal.
Medo
A dona de casa Maria Ivone Fernandes, 52 anos, mãe do vendedor Emerson Nogueira e do mecânico Alexandro Aparecido Fernandes Xavier, disse na semana passada que vive com medo por saber os que homens que mataram um de seus filhos ainda estão soltos. Ela também questiona os motivos que favoreceram a liberdade aos assassinos, porém, disse acreditar na Justiça. “Uma pessoa que mata a outra não pode entrar e sair pela porta da frente de uma delegacia como se nada tivesse acontecido. Isso contribuiu para que eles (os acusados) fugissem. A Justiça dos homens pode ser falha, mas a de Deus, não!”.
VEJA AS 10 PERGUNTAS ENVIADAS À POLÍCIA CIVIL
01 – Em relação ao homicídio ocorrido no dia 14 de maio, em Conselheiro Zacarias, qual foi a versão dada pelos autores do crime durante o depoimento à Polícia Civil?
02 – No depoimento, os três envolvidos caíram em contradição em algum momento?
03 – O que a vítima que sobreviveu à tentativa de homicídio disse em depoimento? Revelou detalhes sobre como a discussão começou?
04 – Levando-se em conta a repercussão e os requintes de crueldade usados no crime, por que a polícia demorou tanto tempo para pedir a prisão temporária ou preventiva dos envolvidos?
05 – A Polícia reconhece que essa demora contribuiu para que os três homens acusados do crime tivessem tempo de fugir da cidade?
06 – A Polícia tem conhecimento que os três envolvidos no crime fugiram no carro de um conhecido empresário da cidade? Se tem conhecimento, ele foi ouvido? O que disse?
07 – Os três envolvidos têm passagens anteriores pela polícia? Se sim, por quais crimes e quando?
08 – A polícia tem as imagens dos três homens que confessaram o crime? Podem ser divulgadas pela reportagem?
09- A polícia tem pistas do paradeiro do trio? Eles podem ser presos a qualquer momento? Ou as investigações foram interrompidas?
10 – O inquérito será concluído quando?

Foto: Antonio de Picolli / Tribuna do Vale
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