ONG pode ser fundada para ajudar comunidade ALGBTI em Jacarezinho

Roda de conversa sobre o tema foi realizada ontem (28) no prédio do Programa de Desenvolvimento da EducaçãoA comunidade ALGBTI (Assexuais, lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, transsexuais e intersexuais) de Jacarezinho poderá ganhar um forte aliado com a fundação da Organização Não Governamental (ONG) Núbia Rafaela Nogueira. A proposta de fundação da ONG foi discutida na noite de ontem (28) no prédio do Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) ao lado da antiga Faculdade de Filosofia de Jacarezinho.

O evento foi promovido pelo Espaço da Diversidade de Jacarezinho e além da criação da ONG foi discutida também práticas de direitos da comunidade ALGBTI na cidade. O encontrou teve apoio da PDE, Secretaria Municipal de Saúde e comissão da diversidade sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Jacarezinho.

Um dos idealizadores do encontro e da futura ONG, Diego Babinski, 26 anos, explicou que a ideia da criação da organização surgiu desde quando ele entrou na militância ALGBTI em 2015. “Essa proposta eu já tinha desde quando entrei na militância, quando participei da plenária municipal, depois fui para conferência estadual em Curitiba e ano passado na conferência nacional em Brasília”, explicou.

Segundo Diego, outro ponto que lhe chamou atenção para criação da ONG foi duas agressões que ele sofreu quando tinha 16 anos devido a sua orientação sexual. “Apanhei uma vez dentro da família e uma vez na rua por causa da minha orientação sexual mesmo. O nome da ONG foi escolhido, porque a Núbia Rafaela foi a única mulher trans que resistiu a transfobia, LGBTfobia, todos os tipos de fobia em Jacarezinho. Quando meninas travestis eram expulsas de casa ela recolhia essas meninas dentro da casa dela”, detalhou Diego.

Ontem (28) foi comemorado o dia internacional do orgulho gay e a comunidade ALGBTI aproveitou a data para realizar a reunião sobre a criação da ONG Núbia Rafael Nogueira. “Jacarezinho era referencia nesta temática e eu acho muito justo estarmos fazendo no dia esse evento”, disse Babinski. Diego destacou que um dos principais motivos do evento é a conscientização da comunidade em geral.

Segundo Diego, a proposta futura da ONG será para acolher o ser humano, independente de ser ALGBTI ou não, mas o foco principal será essa comunidade. “A gente já vem fazendo um trabalho sem a ONG estar registrada. Teve uma travesti que estava passando necessidades, a gente começou ajudar com alimento. A ONG vai fornecer atendimento psicológico, psiquiátrico, jurídico junto com a comissão da OAB com a Renata Boberg que é presidente dessa comissão. Nós queremos estar assistindo as pessoas ALGBTI da nossa cidade para eles terem respeito e igualdade de gênero que o movimento quer”, explicou Diego.

O psicólogo Rodrigo Bonito, também participante do evento explicou a iniciativa para reunir a comunidade ALGBTI. “Os desafios é como se fosse uma sensibilização a necessidade de uma mobilização social para construção de uma política pública mais adequada à necessidade. Nada melhor do que as pessoas ALGBTI virem, conversarem, e falarem dos seus desafios enquanto cidadão para podermos reunir propostas e discutir para construção de uma política pública daqui e talvez ser referencia para região”, explicou.

A intenção, segundo Rodrigo não é somente mostrar para sociedade os preconceitos sofridos pela comunidade ALGBTI, mas fortalecer como grupo. “A questão seria uma construção de um grupo que possa liderar, pressionar as instituições públicas para que essa política pública aconteça e a homofobia e outras coisas possa diminuir. Existiu outros eventos, mas não houve uma continuidade, a ideia é que esse evento seja o princípio para que se construa a ONG para que a gente consiga consolidar essa política pública aqui em Jacarezinho”, finalizou Bonito.

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