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ATÉ QUANDO?


O atendimento no Pronto Socorro de Santo Antônio da Platina piorou drasticamente depois que a Secretaria Municipal de Saúde anunciou a implantação do Protocolo de Manchester para avaliar o grau de prioridade nas consultas aos pacientes. O problema já foi motivo de discussão judicial entre o Executivo e o Legislativo, virou caso de polícia inúmeras vezes, e é acompanhado de perto pelo Ministério Público. No entanto, ao que tudo indica, ainda está longe de ser resolvido.

Na tarde de ontem, 29, a cena era a mesma de quase todos os dias: pacientes com os mais variados sintomas de doenças esperavam aflitos pelo chamado do ‘controlador de acesso’, responsável pela impiedosa tarefa de indicar o próximo cidadão a sentar frente a frente com médico de plantão.

O trabalhador rural Nilson Arantes Tomaz chegou ao Pronto Socorro às 9 horas em busca de atendimento médico para sua mulher, Almira da Cruz Prestes Tomas, que reclamava de fortes dores em uma das mãos causada por um acidente de trabalho. A paciente passou pela triagem, foi encaminhada para exames, porém, às 17 horas ela ainda aguardava dentro do carro do casal pelo atendimento médico. “Isso é um absurdo! É desumano! Onde já se viu fazer uma pessoa de 67 anos esperar por mais de oito horas para ser atendido? Será que ninguém da prefeitura vê isso?”, questiona Tomaz.

A diarista Lucimara da Silva Ramos, 37 anos, aguardava atendimento médico para sua filha de 4 anos havia mais de cinco horas. Ela chegou à unidade por volta de 12h45, e até às 17h20 a criança, mesmo com febre e dor de cabeça, ainda não havia sido consultada. “Não sei mais a quem recorrer, pois a prefeitura não faz nada para resolver o problema. A polícia simplesmente registra as reclamações através de um boletim de ocorrência, e infelizmente não vemos a Justiça agir para acabar com essa palhaçada”, desabafa Lucimara.

Com falta de ar e dor de cabeça, a dona de casa Marilza Maria Carneiro, 50 anos, chegou às 13 horas no Pronto Socorro, entretanto, até às 17h30 ela ainda esperava ser chamada pelo médico. “Cadê o prefeito e os vereadores desta cidade para defender os direitos da população? Deveriam aprovar a contratação de mais médicos para atender os moradores ao invés de colocar segurança no PS”, sugere.

A auxiliar de limpeza Neuza Rodrigues também chegou ao Pronto Socorro por volta das 14 horas com fortes dores na cabeça e no peito. Até às 17h30, elatambém aguardava por atendimento para descobrir o problema de saúde para ser medicada. “Estou aqui há três horas e meia, e devo ser atendida somente no início da noite, pois tem gente que chegou aqui de manhã e ainda espera ser chamado”, avalia. “Onde está a compaixão desses políticos? Será que é tão difícil enxergar que esse protocolo (de Manchester) não funcionou?”, complementa.

Sem resposta

A reportagem pediu para falar com a enfermeira-chefe do Pronto Socorro para saber quais soluções serão apresentadas pelo Executivo para resolver o problema, uma vez que, recentemente, o prefeito José da Silva Coelho Neto (PHS), o professor Zezão, anunciou a contração de mais um médico,justamente para auxiliar o profissional de plantão em situações emergenciais como a registrada na tarde desta quinta-feira, e que tem se repetido com frequência na unidade.

O recepcionista do PS informou que a secretária municipal de Saúde, Ana Cristina Micó da Costa estava na unidade, porém, em reunião com as enfermeiras para discutir o problema. Entretanto, segundo o atendente, o diretor-clínico do Pronto Socorro, o médico Anderson Hinterlang, entraria em contato com a reportagem da Tribuna do Vale para falar sobre o assunto, o que não ocorreu até o fechamento da edição.


Foto: Antônio de Picolli / Tribuna do Vale

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