Após 17 horas de agonia, parentes velam e sepultam dona Luzia
- Jivago França
- 16 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Após 17 horas de agonia, parentes da dona de casa Luzia Aparecida de Souza, 53 anos, vítima de uma parada cardíaca na manhã de segunda-feira, 3, no Conjunto Habitacional Aparecidinho 3, em Santo Antônio da Platina, finalmente puderam velar e sepultar o corpo da dona de casa. A liberação do cadáver só ocorreu após a família ameaçar deixá-lo em frente à casa do prefeito José da Silva Coelho Neto, o professor ‘Zezão’.
Dona Luzia faleceu às 9 horas de segunda-feira, conforme constataram os socorristas do Samu acionados por vizinhos para atender moradora, que segundo informações estaria inconsciente. A família então comunicou a funerária, que recolheu o corpo(como de costume em casos de morte natural) para levá-lo ao necrotério do Hospital Nossa Senhora da Saúde, onde um médico do município atestaria o óbito. Foi aí que começaram os problemas.
De acordo com a proprietária da funerária, Roseli Martinello Juliano, nenhum médico quis assinar o documento que autorizava a preparação do corpo para o velório e sepultamento, e 12 horas depois o problema ainda era discutido entre a família, a Secretaria Municipal de Saúde e o Ministério Púbico.
Por volta das 21 horas, a secretária municipal de Saúde, Ana Cristina Micó, informou a dona da funerária que órgão responsável pelo atestado de óbito seria o Instituto Médico Legal (IML) de Jacarezinho, conforme determina a legislação. Contudo, o processo só poderia ser concluído na manhã seguinte, 24 horas depois da confirmação da morte de dona Luzia.
A postura da secretária revoltou os parentes da dona de casa, que procurou a imprensa para dizer que eles levariam o corpo de dona Luzia até a casa do prefeito Zezão, onde o deixariam em sinal de protesto até que o problema fosse solucionado.
Em contato com o prefeito Zezão por volta da meia noite, o jornalista Júnior Queiróz explicou a situação e sugeriu a ele que tomasse providências para evitar ainda mais constrangimentos. Segundo o jornalista, o humanista reconheceu que houve excesso no tratamento dispensado à família e, contrariando a decisão da secretária de Saúde, determinou a um médico do município que atestasse o óbito da dona de casa.
O corpo deixou o necrotério do Hospital Nossa Senhora da Saúde por volta das 2 horas, foi preparado pela funerária ainda na madrugada para ser velado na casa da família e sepultado às 13 horas no Cemitério Parque das Oliveiras.

Foto: Luiz Guilherme Bannwart / Tribuna do Vale
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