Protestos de caminhoneiros deve chegar à região na próxima semana
- Jivago França
- 16 de nov. de 2019
- 3 min de leitura

A alta do preço dos combustíveis, em especial do óleo diesel, usado principalmente nos caminhões, está causando protestos dos caminhoneiros em todo o País. No Paraná, até quinta-feira, 3, já havia cinco pontos de paralisação. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte – unidade de Santo Antônio da Platina – Aparecido Hélio, o protesto ainda está em fase de organização e deve chegar na região de Santo Antônio da Platina na próxima semana.
“A paralisação está acontecendo em quase todo o País. No Paraná está avançando de forma pacífica e nos acostamentos. A ideia principal é conseguir travar os “tanqueiros” (caminhões que transportam combustíveis), para que eles não cheguem aos postos, mas os demais transportes também devem aderir ao movimento, já que muitos proprietários de caminhões não aceitam pagar ainda mais por litro de diesel. Tem veículo que viaja 2 mil quilômetros. Quanto essa alta vai representar na despesa do proprietário?. Muitos deles adquiriram os caminhões em financiamentos e esse aumento exagerado vai atrapalhar todo o planejamento financeiro deles. Muitos correm o risco de perder o veículo por não conseguir pagar as parcelas”, comentou.
Na tabela divulgada pelos Postos de Combustíveis, o diesel subiu R$ 0,21 o litro.
Com a paralisação, também deve começar a faltar produtos nas prateleiras dos supermercados. “Eu mesmo já estou estocando gás de cozinha. Daqui a pouco o produto não vai chegar às distribuidoras”, disse.
O sindicalista comentou que a medida do governo federal de aumentar os impostos que recaem sobre os combustíveis foi um estopim para aumentar a crise financeira do País. “Com o aumento dos combustíveis, os alimentos vão ficar mais caros, porque o prejuízo será repassado ao consumidor. A crise não será apenas nos transportes. Ela vai afetar diretamente o consumidor. Vai faltar comida nos mercados e quando elas voltarem às prateleiras, o preço estará muito mais caro”, afirmou.
Aparecido Hélio é diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte em Santo Antônio da Platina – subsede de Londrina. “O nosso escritório atende uma região bem ampla. Além de Jacarezinho, Santo Antônio, Ibaiti e Wenceslau Braz, também atuamos nas regiões de Bandeirantes e Arapoti”, disse.
Bloqueios
Segundo informações do site de G1 de Notícias, na terça-feira, 1º, até as 10h30, havia registros de atos em rodovias de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo – alguns deles com bloqueio de pistas.
No último dia 20, o governo anunciou um decreto aumentando a alíquota do PIS e Cofins sobre os combustíveis. A tributação sobre a gasolina subiu R$ 0,41 por litro; a do diesel, R$ 0,21; e a do etanol, R$ 0,20 por litro.
O decreto chegou a ser suspenso por decisão de um juiz da 20ª Vara Federal de Brasília em 25 de julho. A Advocacia Geral da União recorreu e, no dia seguinte, o Tribunal Regional Federal (TRF-1) anulou a decisão que suspendia o aumento.
A mobilização também pede mais segurança nas estadas, preço mínimo para o frete e aposentadoria diferenciada para os caminhoneiros.
Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) foram registrados cinco pontos de bloqueios parciais em três cidades.
Manifestantes se reuniram já no início da manhã no km 296 da PR-487, no trevo de acesso a Manoel Ribas, e no km 145 da PRC-466, em Pitanga, na região central do Paraná.
A PR-182, em Realeza, no sudoeste, foi bloqueada para veículos de carga no início da manhã. Os caminhoneiros liberaram o trecho por volta das 11h30 e retomaram o bloqueio durante a tarde. O grupo protestou no km 483, mesmo local em que se reuniu na terça-feira (1º) e onde um caminhoneiro avançou sobre os manifestantes.
Ainda na região de Realeza, no Km 225 da PR-471, a pista também foi bloqueada parcialmente por causa da manifestação na tarde desta quarta-feira.
De acordo com a PRE, caminhoneiros também impediram a passagem de caminhões na PR-323 próximo ao Parque de Exposições de Umuarama, no noroeste do estado. O trânsito foi liberado por volta das 17h. Veículos de carga foram impedidos de seguir viagem e a fila se estendeu por mais de 2 km pela manhã.
Nas rodovias federais que cortam o estado não há registro de nenhuma manifestação nesta quarta-feira, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.
No restante do país, estradas estão sendo bloqueadas em ao menos outros oito estados. Na terça-feira, ainda no Paraná, manifestantes impediram o trânsito na BR-369 durante protesto na praça de pedágio em Arapongas, no norte. De acordo com a PRF, em torno de 100 caminhões participaram do protesto. O protesto teve início por volta das 21h20 e se estendeu até a 1h50.
Foto: Caminhoneiros protestam contra a alta do óleo diesel (Antônio de Picolli / Tribuna do Vale)
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