“A polícia precisa prender esse homem”, diz Tetê um mês depois de ser espancado
- Jivago França
- 16 de nov. de 2019
- 3 min de leitura

Um mês após ter sido brutalmente espancado durante uma tentativa de assalto, em Santo Antônio da Platina, o entregador de panfletos Jeverson Aparecido de Souza, 51, o Tetê, ainda se recupera das graves lesões em casa, ao lado da família, que cobra pela prisão de seu algoz, Jhonatan Aparecido Fernandes, 25, o ‘Didi’. Na tarde desta quinta-feira, 3, Tetê relembrou o caso à reportagem da Tribuna do Vale e do Portal Tanosite, e falou da preocupação em saber que o agressor ainda continua solto.
Ele se recorda que após assistir à missa no domingo, dia 2 de julho, participou de um louvor na igreja, e depois decidiu ir embora sozinho para casa quebrando o protocolo de sempre aceitar a carona oferecida por amigos. Por volta das 22h45, na Vila São José, um homem atravessou a rua e veio em sua direção, anunciou o assalto e logo começou a agredi-lo. “Ele me deu muitos murros, e após me derrubar no chão chutou a minha cabeça. Depois mexeu nos meus bolsos procurando por dinheiro, mas o único trocadinho que eu tinha havia ofertado na igreja”, diz Tetê continuando. “Depois disso eu fiquei bastante confuso. Lembro-me que um morador gritou com o assaltante e ele fugiu, e que pouco depois a ambulância chegou para me socorrer. A polícia precisa prender esse homem, pois se fez isso comigo fará de novo com outra pessoa”, alerta.
Tetê recebeu acompanhamento médico no Hospital Nossa Senhora da Saúde por quase uma semana. As agressões lhe renderam várias escoriações pelo corpo, 11 pontos na cabeça, outros sete na boca, além de fraturas no nariz e na clavícula. Na última sexta-feira, a família também descobriu que ele havia engolido sua prótese dentária em consequência das agressões.
De acordo com a auxiliar administrativa Josana Maria Gomes Cardoso, irmã de Tetê, o inquérito policial já foi concluído e deve encaminhado ao Ministério Público ainda nesta semana. “É preciso haver Justiça! O que aconteceu com o meu irmão foi muito grave e não pode cair do esquecimento. Quem souber o paradeiro desse criminoso, que o denuncie imediatamente à polícia”, cobra Josana.
Homem misterioso colocou dinheiro no bolso de Tetê dentro da ambulância
Em meio à história que chocou Santo Antônio da Platina, acreditem, existem anjos da guarda. Um deles, segundo Josana Cardoso, irmã do entregador de panfletos Jeverson Aparecido de Souza esteve ao seu lado no interior da ambulância que o levou ao Pronto Socorro.
Quando já estava em um dos quarto do Hospital Nossa Senhora da Saúde, onde permaneceria em observação médica, Tetê revelou uma história surpreendente à irmã. “A calça dele (Tetê) estava muito suja de sangue, e eu pedi à enfermeira que a jogasse fora, pois não queria que o meu irmão voltasse a vestir aquela peça de roupa. Naquele momento, o Jeverson abriu os olhos e me avisou que havia R$ 187 em dos bolsos da calça, que segundo ele foi entregue por um homem que entrou na ambulância durante o socorro. Achei que ele estava delirando, mas realmente havia dinheiro no bolso de sua calça, e exatamente o valor que ele havia informado”, conta Josana salientando que depois disso desistiu de jogar a calça.
Tetê diz que o homem misterioso que lhe entregou o dinheiro “tem um nome esquisito” e seria kiteiro, e que o conhece apenas de vista. “Ele me disse que era o valor que tinha na carteira, enfiou o dinheiro no meu bolso, falou que eu iria precisar e desapareceu. Aquele dinheiro realmente me ajudou muito, usei para comprar os remédios que os médicos me receitaram”, revela.
Josana diz que outras histórias também demonstram o carinho que as pessoas têm com o irmão, as quais ela agradece e avisa que em breve Tetê estará novamente fazendo o que mais gosta, trabalhando. “Foram tantas as manifestações de carinho, que eu seria injusta se ousasse a citar nomes. Por isso, em nome de toda a nossa família eu agradeço de coração a todos que de alguma forma contribuíram para a recuperação do Jeverson, que se Deus quiser dentro de mais alguns dias estará de volta às ruas distribuindo os panfletos de seus clientes”.
Foto: Tetê se recupera em casa ao lado da irmã Josana e da mãe enquanto aguarda a prisão de seu algoz - Antônio de Picolli
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