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Produtos homeopáticos terão que alertar que são compostos de água e açúcar nos EUA



A notícia não é nova, mas a implementação da medida, sim. Em outro passo a mais na briga para que a homeopatia ocupe o lugar que lhe corresponde (o lixo), a Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos passará a exigir que produtos homeopáticos que não demonstrem cientificamente sua eficácia que estampem em sua etiqueta de que não há provas científicas de que funcionem e de que as afirmações feitas pelos fabricantes se baseiam em teorias do século XVIII que não são aceitas pela maioria dos especialistas em medicina.

A nova política da FTC suporá na prática que todos os produtos homeopáticos deverão ter essa advertência, com a qual pretendem evitar que os consumidores sejam enganados. A medida baseia-se em nas conclusões de um seminário sobre a publicidade e etiqueta dos produtos homeopáticos realizado em 21 de setembro de 2015, em que participaram médicos, porta-vozes dos consumidores e representantes da indústria homeopática, entre outros.

Tal e como pode ser lido em "Enforcement Policy Statement on Marketing Claims for OTC Homeopathic Drugs" [PDF], a FTC acha que as afirmações sobre a eficácia e segurança dos "medicamentos" (não é medicamento) homeopáticos devem ser submetidos aos mesmos padrões que constam nas afirmações similares para alopáticos e outros que superaram o ensaio duplo cego.

De modo que consideram que não é suficiente que a etiqueta do produto diga que o mesmo é baseado nas teorias tradicionais da homeopatia sobre a "memória da água" ou que sua eficácia foi avaliada por um laboratório qualquer não certificado, já que acham que isso pode enganar os consumidores.

Por isso, a partir de agora, terão que deixar bem claro na embalagem que não há evidência científica de que o produto funcione... a não ser que esta exista, claro. Mas a verdade é que nenhum produto homeopático superou testes que validem sua valência. Todos sabemos que a possibilidade de que um item homeopático seja funcional é aproximadamente a mesma de que os terraplanistas tenham razão.

E ademais esta informação tem que ser bem visível e estar convenientemente destacada e próxima à mensagem a respeito dos efeitos curativos do produto; nada de esconder com letras miúdas no verso interno da caixa.

Acrescentam ademais que não devem tentar diminuir o impacto dessa mensagem [mas vão arrumar uma forma de fazê-lo] com outras mensagens positivas nem com recomendações de consumidores a respeito da eficácia do produto e prometem vigiar para que esta nova lei seja cumprida. Mas a questão que me ocorre é: "Por que simplesmente não proibir que este embuste seja vendido como remédio?"

Como dizia Tim Minchin: "Sabe como é chamado o remédio alternativo quando provam que funciona? É remédio!". No entanto, há gente que continua confiando mais, em geral, na medicina alternativa do que na convencional, talvez porque precisam crer em algo mais. Talvez porque não conhecem estatísticas ou gostem de viver à margem do perigo.

Esta ideia de que semelhante produz semelhante, "Similia Similibus Curantur" sobre a qual se baseia a homeopatia, é o princípio da prática pseudocientífica que foi adotada inclusive por pessoas inteligentes em muitos sentidos (menos o médico, claro). Algo estamos fazendo realmente de muito errado para que estas pessoas tomem água com açúcar a preços de produtos da Apple.

"Este-medicamento-que-não-é-medicamento-é-contra-indicado-em-caso-de-suspeita-de-quaisquer-doenças."

Fonte: Independent.

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