UPA pode virar centro de prevenção e tratamento do Hospital do Câncer
- Jivago França
- 16 de nov. de 2019
- 3 min de leitura

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) construída pelo governo federal no Rennó Park, em Santo Antônio da Platina, para anteder a população de cinco cidades do Norte Pioneiro poderá servir para outra finalidade. Diretores do Hospital do Câncer de Londrina e a equipe de governo do prefeito José da Silva Coelho Neto (PHS), o professor Zezão, discutem a possibilidade de transformar a estrutura em um centro avançado de prevenção e tratamento da doença.
A informação foi repassada na noite de segunda-feira, 14, durante sessão ordinária na Casa da Cultura Platinense, pelo agora secretário municipal de Planejamento, Airton Sérgio Diniz, enquanto ele era sabatinado para a pasta.
Questionado pelo vereador José Jaime Paula Silva (PSDB), o ‘Mineiro’, sobre o funcionamento da unidade concluída em fevereiro, Diniz tornou pública a informação que, até então, estava sendo discutida ‘in off’. “Estamos com o recurso para a reforma e ampliação do Pronto Socorro Municipal acertado com o governo estadual, e o início das obras é uma questão de tempo.
Sendo assim, em função da falta de recursos para a manutenção da UPA conforme determina o projeto, entendemos que seria melhor utilizarmos aquela estrutura para outra finalidade. Uma UPA de porte inferior, talvez, ou senão para realocar outras repartições da Secretaria Saúde. Mas para isso teríamos que devolver a União o dinheiro investido pelo governo federal”, explica. “Há, no entanto, o interesse do Hospital do Câncer em instalar uma unidade de prevenção e tratamento da doença na cidade, e desde então estamos discutindo a possibilidade”, complementa.
De acordo com o secretário de Planejamento, um grupo de diretores do HC visitou o prefeito Zezão recentemente para negociar a doação de um terreno para a construção de uma unidade regional na cidade. O objetivo é descentralizar os atendimentos em Londrina e, consequentemente oferecer mais confortos aos moradores do Norte Pioneiro que procuram por orientações preventivas sobre o câncer, bem como, futuramente, o tratamento para a doença, como quimioterapia, por exemplo.
Os diretores do HC conheceram a Unidade de Pronto Atendimento, e demonstraram interesse na aquisição do prédio. O secretariado do prefeito Zezão então se reuniu há poucos dias com o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, em Maringá, que não viu objeções na proposta, desde que, o dinheiro investido pelo governo federal na construção do imóvel, cerca de R$ 2,5 milhões, seja devolvido aos cofres públicos.
Segundo Diniz, a proposta deve ser formalizada junto ao Ministério da Saúde nos próximos dias para que possa continuar sendo discutida entre a Prefeitura e o Hospital do Câncer. Os vereadores apoiaram a iniciativa, e cobraram prioridade ao Executivo.
Mobilização
De acordo com empresário Guerino Zanetti Filho, o Nêgo Baterias, como é popularmente conhecido no Norte Pioneiro, em 2005 o Hospital do Câncer enfrentou uma grave crise financeira e estava prestes a encerrar suas atividades. À época, um grupo de voluntários de Londrina assumiu a gestão de finanças da entidade e o convidou para desenvolver os trabalhos voluntários em Santo Antônio da Platina e região, e 12 anos depois, graças à mobilização de milhares de pessoas, atualmente a entidade possui um cadastro com mais de 40 mil pacientes, a grande maioria atendida gratuitamente.
Somente em 2016, Hospital do Câncer de Londrina realizou 8.502 atendimentos a platinenses, uma média de 710 consultas por mês. Para Zanetti Filho, o momento, mais uma vez, é de mobilização. “As classes sociais e políticas precisam se unir. Com uma unidade do Hospital do Câncer em Santo Antônio da Platina, a entidade irá se fortalecer ainda mais, e a população do Norte Pioneiro e de outras regiões próximas serão beneficiadas. Um projeto semelhante foi desenvolvido pelo Hospital do Câncer de Barretos, e deu certo. Aqui certamente também dará!”, defende o empresário.
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