Terremotos atingem duas regiões do Paraná durante madrugada

Epicentro do abalo aconteceu em Itaperuçu e teve reflexo em São Jerônimo da Serra

Moradores de pelo menos duas regiões do Paraná ficaram assustados durante a madrugada desta segunda-feira (18). Nas regiões das cidades de Rio Branco do Sul (Região Metropolitana de Curitiba) e São Jerônimo da Serra (Norte), foram sentidos tremores de terras no início da madrugada.

O primeiro abalo sísmico, segundo dados automáticos do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), aconteceu às 00h16 com magnitude de 4,5 e o epicentro na cidade de Itaperuçu que foi sentido em vários locais da região metropolitana de Curitiba.

Dois minutos depois, o que inicialmente foi apontado como outro terremoto aconteceu na região Norte em São Jerônimo da Serra (145km de Jacarezinho). A magnitude teria sido de 5,1 graus, mas uma revisão dos dados pelos técnicos da USP na manhã desta segunda-feira (18) revelou que o tremor sentido em São Jerônimo da Serra foi um reflexo do tremor na RMC.

No começo da manhã, os técnicos da USP explicaram que os dados coletados durante a madrugada foram automáticos e em uma revisão pela manhã mostrou que aconteceu apenas um tremor com escala de 3,5 à 4,0 graus em Itaperuçu.

Segundo dados publicados pelo Paraná Portal, o professor Marcelo Bianchi, do Centro de Sismologia da USP, explicou a revisão dos dados automáticos publicados durante a madrugada.

“Foi detectado automaticamente pelo sistema (durante a madrugada). As pessoas normalmente não reparam, mas no sistema tem um aviso ou um “N”, em vermelho ou verde, e quando está o “A” quer dizer que é automático. O sistema detecta, ele está dizendo que é automático, um robozinho. Quando a gente chegou de manhã, a gente começou a revisar os eventos. Eram dois eventos, a gente revisou e aparentemente só tem um. A magnitude dele está perto de 3.5 a 4.0″, explica.

Segundo o especialista, os tremores notórios não são comuns na região. “No Brasil inteiro a ocorrência de tremores é mais rara. Não acontecem tão rotineiramente como no Chile ou no Japão. Acaba acontecendo de uma forma mais esparsa: acontece ali, depois, em seis meses, acontece em outro lugar”, afirma Bianchi.

Ainda conforme o Paraná Portal, a primeira explicação para os tremores no Paraná é de que houve “liberação dos esforços intraplacas”. Apesar disso, os técnicos ainda vão estudar os casos e acompanhar outros relatos espalhados pelo Estado.

“A explicação por enquanto ela é ainda mais geral, que é simplesmente liberação dos esforços intraplacas. Porque não tem nenhuma borda de placa, nada. Mas em todas as regiões do mundo elas são tencionadas o tempo inteiro e de vez em quando algumas acabam se deslocando, gerando esses abalos. É difícil até pra gente poder explicar, ainda mais num tempo curto que nem esse”.

Tremores

O primeiro registro automático na região de Curitiba teve profundidade de 51 quilômetros, já o segundo (reflexo do primeiro) no Norte do Paraná foi registrado com profundidade de apenas 10 quilômetros. Não há ainda relato de vítimas ou danos, apenas algumas fotos de rachaduras em pares que circulam pelas redes sociais.

Em entrevista à Banda B, o vigilante, morador de Rio Branco do Sul, relatou o medo. “Senti na pele o medo. Na nossa região nunca tinha passado por isso. Dava impressão que a terra ia se partir. As paredes chegaram a chacoalhar. Foi rápido, uns três segundos. Rápido, mas poderoso”, relatou. “Chegaram a pensar que tinham estourado um caixa eletrônico, mas não era nada disso”, completou.

Outro morador Marcus Vinicius de Carvalho deixou o seguinte comentário no site da USP: “”Senti dentro de minha casa mais foi bem fraco, tremeu as paredes e o teto.”

Foto: Rio Branco do Sul e São Jerônimo da Serra: Rachaduras foram provocadas pelos tremores – Colaboração – Diario 24h

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