As queimadas e a falta de água no Norte Pioneiro: um problema de cidadania
- Jivago França
- 16 de nov. de 2019
- 2 min de leitura

Segundo a Agência de Notícias do Paraná, várias cidades do Norte Pioneiro do Paraná sofrem com a falta de chuva. Ibaiti, Quatiguá, Santo Antônio da Platina e Siqueira Campos estão com a vazão reduzida em mais de 70%.
Para os pesquisadores do LBA, a quantidade maior ou menor de partículas resultantes das queimadas no ar faz toda a diferença no processo de formação das nuvens e das chuvas. Para os pesquisadores, as queimadas, assim como outros determinantes, ocasionam a falta de chuvas.
Consequência direta da falta de chuva é a falta de água. Na zona rural de Jacarezinho (Bairro Belo Horizonte) pode-se encontrar sítios com falta de água, em alguns o banho é feito em canecas.
No Norte Pioneiro são encontrados focos de incêndio todos os dias, seja causado pelos moradores, seja pelas queimadas da cana de açúcar. Segundo o Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus, o Norte Pioneiro do Paraná tem focos de incêndios diários, assim como elevado índice de dióxido de carbono na região.
Através do radar do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), observam-se que nuvens vindo do norte do Estado, quando chegam ao Norte Pioneiro, dispersam-se para outras regiões.
Por lei a prática da queimada é proibida (Decreto nº 2661/98 e 9.992/19), inclusive as queimadas nos canaviais. Segundo o Ministério Público Federal (Ação Civil Pública nº 2007.70.13.000412-9/PR), a queima da palha de cana de açúcar traz várias consequências drásticas e maléficas: para a população que tem que respirar partículas e gases perigosos para a saúde humana, contaminação do solo, diminuição do potencial de pontos de captação de águas pluviais, o aquecimento global pelo chamado "efeito estufa", transformando o clima original da região e para o meio ambiente.
Mas então por que nada é feito? Por que órgãos como IAP, IBAMA, Polícia Florestal, Poder Judiciário, Ministério Público, as Prefeituras e as Câmaras de Vereadores não agem a respeito? A resposta é simples: não cobramos, não denunciamos. Somos coniventes.
Portanto até quando a população será a maior afetada pelos interesses particulares? E até quando a população ficará calada e inerte?
Enquanto a comunidade não se conscientizar de que tais ações prejudicam a todos e tomar iniciativas cidadãs, não apenas de cobrar das autoridades providências, mas também de não praticar queimadas e denunciar quem o faz, todos seremos prejudicados. Muito mais do que leis, processos judiciais e multas administrativas, a consciência e a cidadania constituem o melhor remédio para esse problema.
Coletivo contra as queimadas
Norte Pioneiro do Paraná
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