Diárias não são o maior desperdício da Câmara
- Jivago França
- 19 de dez. de 2019
- 1 min de leitura
Tribuna do Vale

A Câmara Municipal de Jacarezinho introduziu na Lei Orgânica Municipal, dispositivo que copia o modelo de emendas parlamentares adotados na Câmara dos Deputados e, com isso, pulveriza R$ 1.297.000, ou 1,2% da Receita Corrente Líquida do Município em ações de pouco resultado ou significado para a população. Trata-se da Emenda à Lei Orgânica No 1/2016.
No total, os vereadores apresentaram 42 emendas impositivas ao Orçamento de 2020, que vão desde repasses para aquisição de materiais esportivos, reformas de associações de moradores, compra de cortador de grama. A título de ilustração, se essas emendas fossem canalizadas para uma ação, e somando-se os valores que serão gastos com diárias no ano que vem, seria possível pavimentar um bairro como o Jardim Castro, ou Parque Santa Albertina (Clube dos Papagaios).
A Câmara jacarezinhense tem previsão para gastos com pessoal em 2020 nada menos que R$ 2,4 milhões; R$ 300 mil para obras e instalações; R$ 280 mil para compra de equipamentos diversos; R$ 310 mil para prestação de serviços e R$ 120 mil para material de consumo. É tanto dinheiro que, ao não conseguirem gastar, os vereadores são obrigados a devolver os recursos no final de cada exercício.
Com um pouco mais de racionalidade no gasto do dinheiro público, em quatro anos, tempo de duração de um mandato, os vereadores poderiam pavimentar um bairro do porte do Jardim Panorama, cujos valores previstos superam os R$ 7 milhões, e ainda sobraria para pavimentar parte do Jardim Europa, a título de exemplo.
Nesses mesmos quatro anos, a Câmara terá despendido R$ 1 milhão em diárias. São recursos que fazem falta para a administração municipal, mas que são desperdiçados pelos “nobres edis”.
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