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Estiagem ameaça agropecuária


CRÉDITO: Antônio de Picolli

O longo período de estiagem já traz efeitos negativos a toda cadeia do agronegócio do Norte Pioneiro. Produtores rurais têm enfrentado dificuldades pelo baixo índice de umidade do solo e pela escassez de água em minas, represas e rios e o abastecimento a rebanhos e plantações está ameaçado.


De granjas a hortaliças, todos os segmentos ligados à agropecuária sofrem algum tipo de efeito com a estiagem, que obriga produtores a dependerem de ajuda para manter suas propriedades com abastecimento de água.


De acordo com o gerente regional da Emater no Norte Pioneiro, Maurício Castro Alves, a situação é grave e demanda preocupação. “Hoje a falta de água é um problema grave em toda região. Recentemente ficamos sabendo de um agricultor de Tomazina que acabou indo embora da propriedade porque não tinha mais água nem para o consumo da família. Também existem casos de propriedades que estão sendo abastecidas com caminhão pipa. É uma situação que, se continuar, pode trazer graves prejuízos para a região”, enfatiza.


Uma dessas propriedades que precisam do abastecimento via caminhão pipa está no bairro Raposo, em Santo Antônio da Platina. João Rodrigues cria gado em seu sítio, mas afirma que a mina que abastecia tanto a criação quanto a família está praticamente seca. “Se eu ligar a bomba agora, a água que está na mina acaba em menos de um minuto. A água que a gente está tendo é do caminhão pipa. Estamos torcendo pra chover, mas não sei dizer se a mina recupera rápido nesse nível que ela chegou”, relata.


Outra propriedade em Santo Antônio da Platina com grandes dificuldades de abastecimento é a do também criador de gado Denílson Macedo, no distrito da Platina. “Estou com menos de 10% da água que costuma ter pra abastecer meu sítio. Estou indo buscar água na Platina e em represas e estou pensando em fazer um açude para evitar esse problema no futuro”.


Claro que o problema não se limita a Santo Antônio da Platina. O produtor de hortaliças José Carlos dos Santos, do bairro Salto da Gabiroba, em Santana do Itararé, enfrenta dificuldades para manter a produção. “A mina não secou, mas a água já não é na quantidade que eu precisaria para tocar o sítio normalmente. Estamos racionando até mesmo dentro de casa para tentar manter a produção das frutas e verduras, mas é bem preocupante”.


Por se tratar de uma região onde a agropecuária é a base da economia, essa influência negativa pode trazer impactos diretos para outros segmentos, como, por exemplo, o comércio, especialmente nos municípios menores, onde as vendas estão fortemente ligadas ao resultado das lavouras.


CHUVA À VISTA


Mas, ao menos do que depender das previsões do Simepar, os produtores rurais podem ter um pouco de alívio. Isso porque estão previstas chuvas para diferentes dias desta semana, o que, ao menos, amenizaria a questão. Para a semana que vem o Simepar também registra diferentes dias com grandes probabilidades de chuvas.


Apesar disso, para haver uma normalização dos reservatórios de água seriam necessários grandes volumes de chuva por períodos contínuos – e isso, ao menos por ora, não tem previsão de acontecer.


 

Tribuna do Vale

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