Família de jovem com síndrome de Guillain-Barré cria "Vakinha" online para arrecadar R$ 7 mil
- Jivago França
- 16 de nov. de 2019
- 3 min de leitura
Da Redação

A família de Blady Custódio, um jovem de Jacarezinho, diagnosticado com síndrome de Guillain-Barré, criou esta semana uma "Vakinha" online para conseguir arrecadar R$ 7 mil, valor necessário para adaptação e reforma de dois cômodos da casa onde o jovem possa continuar o tratamento após receber alta hospitalar.
Até o momento a "Vakinha" arrecadou R$ 2.370,00, ou seja, 33,86% do objetivo. Blady foi diagnosticado com a síndrome, no dia 26 de dezembro de 2018. Ele ficou quatro meses lutando pela vida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e na última quinta-feira (2), recebeu alta e foi levado para o quarto hospitalar.
Os médicos já teriam intenção de dar alta hospitalar para que o jovem termine o tratamento em casa, mas segundo a família, pelo site da "Vakinha", a casa precisa de adaptações e reformas. Este seria o destino do valor de R$ 7 mil, pretendido pela família.
Quem quiser ajudar com qualquer valor, acesse o link CLICANDO AQUI e doe. Sua doação poderá ajudar o jovem a continuar seu tratamento junto da família na casa.
O que é a Síndrome de Guillain Barré?*
A síndrome de Guillain Barré é um distúrbio autoimune, ou seja, o sistema imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. É geralmente provocado por um processo infeccioso anterior e manifesta fraqueza muscular, com redução ou ausência de reflexos. Várias infecções têm sido associadas à Síndrome de Guillain Barré, sendo a infecção por Campylobacter, que causa diarréia, a mais comum.
A incidência anual é de 1-4 casos por 100.000 habitantes e pico entre 20 e 40 anos de idade.
Outras infecções encontradas na literatura cientifica que podem desencadear essa doença incluem Zika, dengue, chikungunya, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, sarampo, vírus de influenza A, Mycoplasma pneumoniae, enterovirus D68, hepatite A, B, C, HIV, entre outros.
Muitos vírus e bactérias já foram associados temporalmente com o desenvolvimento da Síndrome de Guillain Barré, embora em geral seja difícil comprovar a verdadeira causalidade da doença. O diagnóstico é dado por meio da análise do líquido cefalorraquidiano (líquor) e exame eletrofisiológico.
Quais os sintomas da Síndrome de Guillain Barré?
A maioria dos pacientes percebe inicialmente a doença pela sensação de dormência ou queimação nas extremidades membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços). Dor neuropática lombar (nervos, medula da coluna ou no cérebro) ou nas pernas pode ser vista em pelo menos 50% dos casos. Fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível ao paciente, ocorrendo geralmente nesta ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço.
Os sintomas principais da Síndrome de Guillain Barré são fraqueza muscular ascendente: começam pelas pernas, podendo, em seguida, progredir ou afetar o tronco, braços e face, com redução ou ausência de reflexos. A síndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos quatro membros.
Tratamento da Síndrome de Guillain Barré
O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de tratamento para a síndrome de Guillain Barré, incluindo procedimentos, diagnósticos clínicos, de reabilitação e medicamentos. A Guillain Barré é uma doença rara e não é de notificação compulsória. O Brasil conta hoje com 136 Centros Especializados em Reabilitação, que atendem pacientes com a Síndrome de Guillain Barré pela rede pública de saúde.
Além disso, a maior parte dos pacientes com Guillain Barré é acolhida em estabelecimentos hospitalares. O tratamento visa acelerar o processo de recuperação, diminuindo as complicações associadas à fase aguda e reduzindo os déficits neurológicos residuais em longo prazo.
O SUS dispõe de Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a Síndrome de Guillain Barré, que prevê entre outros tratamentos, a disponibilidade do medicamento imunoglobolina intravenosa (IgIV) e do procedimento plasmaférese, que é uma técnica de transfusão que permite reitrar plasma sanguíneo de um doador ou de um doente. O médico é o profissional responsável por indicar o melhor tratamento para o paciente, conforme cada caso.
Não há necessidade de tratamento de manutenção fora da fase aguda da doença.
*Fonte: Ministério da Saúde
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