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Forrest: conheça o processo para tornar mosquitos estéreis

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Felipe dos Anjos mostra mosquitos machos estéreis já em fase adulta - Jivago França / PortalJNN

O coordenador de laboratório da Forrest Brasil Tecnologia Ltda em Jacarezinho, Felipe dos Anjos explicou o processo para se chegar até os mosquitos estéreis. Segundo ele, existem duas fases do tratamento, uma onde a larva é tratada com uma molécula biológica chamada RNA de interferência, onde não há modificação genética no mosquito. E a segunda etapa é nas pupas, com um químico que segundo ele seria como um remédio para complementar o tratamento.


“A gente não faz nenhuma modificação genética. Basicamente se a gente coletar os ovos dos mosquitos na rua, a gente consegue esterilizar eles. Pegamos esses ovos e colocamos para eclodir, depois essas larvas a gente consegue esterilizar elas”, destacou.

“É basicamente como se fosse um remédio, a gente não modifica geneticamente. Não é que nosso ovo vem pronto. A gente realiza um tratamento ao longo da vida do mosquito, depois da larva vem a fase da pupa, que é basicamente como o casulo da lagarta, no caso do mosquito a gente tem o mosquito adulto depois da pupa. Esse mosquito ele sai estéril”, detalhou. Segundo Felipe, na atual demanda de Jacarezinho são produzidos de 800 mil a um milhão de mosquitos machos estéreis por semana.


Felipe ainda explicou como ter a certeza que os mosquitos são machos estéreis antes de soltar na natureza para fazer o controle da população de Aedes aegypti. “A gente realiza quatro fases de controle no tratamento. A gente escolhe o dia certo para separar (na fase de pupa) os machos e as fêmeas, porque a gente sabe que tem um dia que tem mais machos do que fêmeas. A pupa da fêmea é maior que a pupa do macho. Um equipamento os separa quase que manualmente”, revelou.


“Depois a gente sempre tira uma alíquota (a amostra retirada é colocada para copular para verificar se eles estão estéreis) dentro disso e leva para os microscópio estereoscópio para gente olhar na lupa a formação, porque no lobo genital da pupa a gente consegue garantir que é uma fêmea ou um macho, e se esse lote tivesse contaminado, a gente joga ele fora, a gente não segue com ele. Fazemos várias etapas de controle para garantir que a gente se solte os machos. Toda semana os resultados são que nossos mosquitos estão estéreis”, detalhou Dos Anjos.


Fêmeas que picam o ser humano


Ainda segundo Felipe, em praticamente todas espécies de mosquitos somente as fêmeas picam os seres humanos. “As espécies que fazem o repasse sanguíneo que a gente chama, quem pica, que vai tirar o sangue, é a fêmea. Ela precisa do sangue não para se alimentar, ela precisa disso para maturar os ovos dela. A alimentação tanto do macho quanto da fêmea é de seiva de planta, basicamente uma água açucarada. As fêmeas são estritamente as únicas que picam porque elas precisam do sangue para maturar os seus ovos”, explicou.


Tempo de vida


As fêmeas tem uma média de vida de 30 dias. Os mosquitos machos tem estimado cerca de 20 dias de vida. Segundo Felipe, as fêmeas em cerca de duas semanas já estão aptas a colocar ovos. “Depois que o ovo eclode ele leva de sete a oito dias para virar o mosquito adulto, esse mosquito adulto fica em média duas semanas, no caso da fêmea, três semanas de vida ali”, destacou. Já quando o ovo não eclode, ele pode sobreviver na natureza até pouco mais de um ano a seco. “Ele só eclode quando entra em contato com a água, por isso precisamos aumentar a duração do projeto. Mesmo em longo período de estiagem e de seca ele pode ainda eclodir [quando entrar em contato com água]”, contou Felipe.


Ajuda da população


“Precisamos da população na remoção de água parada. Não é somente em água limpa, água suja também. Não pode deixar água parada. A fonte de água é onde o mosquito coloca seus ovos para eclodirem depois. Se tiver um local que possa ser foco [fonte de água] é preciso remover, como caixa de água vazia, etc. A gente já encontrou larva de mosquito dentro de tampinha de garrafa pet”, orientou Dos Anjos.


Jivago França / PortalJNN

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