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UTI continua fechada e sem prazo para funcionar


CRÉDITO: Antônio de Picolli

A Unidade de Terapia Intensiva adulta (UTI) do Hospital Regional do Norte Pioneiro (HRNP) continua fechada e sem previsão de funcionamento, conforme informações da própria instituição de saúde. São mais de 80 dias de atraso até o momento, a partir da promessa de funcionamento feita pelo próprio secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, quando este visitando o hospital, em Santo Antônio da Platina.


O Hospital Regional é administrado pela Funeas – Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná, entidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), presidida por Marcelo Machado, que antes era aberto aos questionamentos da Tribuna do Vale, mas que nas últimas semanas não atende aos pedidos de informações do jornal.



A previsão foi anunciada no começo de julho, com garantias de que o processo para o início da operação da estrutura já estava encaminhado e com todas as necessidades sendo acompanhadas por um corpo técnico da Funeas e Sesa.

De lá para cá, no entanto, não houve evolução e nem justificativa pública para a não abertura da UTI do Hospital Regional. Ao contrário, o que houve desde então foram denúncias que partiram de funcionários contra a direção da instituição, dando conta de salários atrasados, do pedido de demissão em massa de médicos da UTI Neonatal e da falta de estrutura física adequada, o que acarretou na falta de alvará de licença de funcionamento do Corpo de Bombeiros.


À época apurou-se que a ausência da licença se devia à falta de apresentação do projeto atual do hospital com a construção da UTI adulta. O local não possuía identificação de saída de emergência, além da ausência de hidrante e de iluminação adequada.


Além disso, as denúncias também davam conta que a caldeira do setor de pré-parto, que aquece a água para esta ala, encontrava-se estragada há seis meses e a validade de reparação dos equipamentos de fototerapia estava vencida, gerando reclamações por conta de internações prolongadas de recém-nascidos que necessitam passar por este tratamento.


Por fim as reclamações ainda apontavam para a existência de 15 cargos comissionados, o que segundo os denunciantes, é o maior número já visto na história do Hospital Regional, onerando ainda mais os já combalidos cofres da instituição por cargo que não teriam utilidades efetivas.


Desta forma a instituição segue funcionando com a UTI Neonatal, que tem 10 leitos. Já o funcionamento da UTI adulta, que também tem 10 leitos, continua uma incógnita.


A reportagem da Tribuna do Vale tentou contato com a diretora-geral do Hospital Regional, Ana Cristina Micó, mas como de costume não houve retorno.


Frustração


Vale dizer também que no fim do ano passado houve uma tentativa de abertura da UTI, porém, no momento não havia previsão da disponibilidade de uma unidade móvel de UTI, centros de transfusão, traumatologia e ausência de um centro de imagem para diagnóstico, entre outros itens absolutamente indispensáveis numa estrutura como esta.


Posteriormente a tentativa acabou classificada como “manobra política” pela direção da Funeas, que assumiu o controle do Hospital Regional neste ano.


O que se sabe é que a instalação da UTI adulta transforma-se numa sucessão de trapalhadas que vem desde a gestão passada quando o secretário de saúde do Paraná era o atual deputado estadual Michele Caputo, responsabilizado pela sucessão de lambanças que chegou ao atual, afinal decidir pela instalação de uma unidade de tratamento intensivo num hospital sem qualquer estrutura é, no mínimo, uma temeridade.


O HRNP não tem estrutura de retaguarda para colocar em funcionamento mais uma UTI, além da unidade neonatal já existente. São apenas 60 leitos, insuficientes para garantir o suporte necessário à unidade adulta. Saliente-se a ausência de infraestrutura básica para seu efetivo funcionamento. Curioso é que a Funeas já assinou contrato com a equipe médica e de enfermagem escolhida para atender aos futuros pacientes de uma UTI sem futuro.


Enquanto isso, vidas se perdem por conta da falta de uma UTI adulta. A remoção de pacientes para outros centros de saúde, mesmo na unidade mais próxima como a da Santa Casa de Jacarezinho, pode representar a dor de uma família pela perda de um ente querido. Enquanto isso, continuamos como exportadores de doentes e reféns de um estado de coisas que parece não ter fim.



Tribuna do Vale

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