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(DES)OCUPAÇÃO DA MÃO DE OBRA ASSALARIADA


Com origem nos ideais dos pensadores Platão e Aristóteles, que descreveram problemas do comércio e a riqueza na Antiga Grécia, na Idade Média (onde a Igreja Católica gerenciava o comércio), no surgimento do mercantilismo e na obra do filósofo e economista Adam Smith, Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, nascia, no ano de 1776, o pensamento econômico.

Economia é definida como o conjunto de atividades desenvolvidas pelos homens visando à produção, distribuição e consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida. Estudada em dois níveis, ela se divide em microeconomia – estuda a formação dos preços, examinando o comportamento e a interação dos agentes (consumidores e produtores) – e macroeconomia – estuda o comportamento da Economia como um todo, tendo, como focos, produto, emprego, inflação e comércio internacional –.

Dentro desse contexto, surge a ciência econômica. Uma ciência social que estuda, dentre tantos objetos, o funcionamento da economia capitalista – organização das atividades econômicas por meio do mercado, baseada na propriedade privada, onde a maioria das transações é mediada pelo dinheiro – e que visa compreender como a Economia resolve os três problemas básicos: O que produzir? Como produzir? Para quem produzir? Ou seja: o estudo da eficiência e da equidade.

Nas últimas décadas, tem-se assistido a importantes transformações na sociedade, deixando em evidência formas de luta, organização de categorias, grupos ou classes sociais e resultado em revisões acerca de projetos sociais e políticos. Nas mídias, são divulgadas informações sobre os acontecimentos.

Com a expansão do capitalismo, acompanhada pelo processo de globalização, muito se tem falado sobre a crise do trabalho, da sociedade salarial, do movimento sindical e da hegemonia do pensamento neoliberal. Alguns alvos vêm sendo apontados e discutidos, dentre eles o “enxugamento” do Estado, a desregulamentação dos mercados, a internacionalização econômica, a precarização crescente das relações de trabalho e o desemprego estrutural.

Reflexo da substituição da força humana na produção pelo uso das tecnologias, o desemprego estrutural é considerado como o grande desafio (grave e generalizado) a ser enfrentado no capitalismo contemporâneo, pois ocorre quando há um desequilíbrio entre oferta e procura de competências de trabalho. Voltado para a redução de custos, afeta os setores da economia de um país (indústria, comércio e serviços), causando demissão, geralmente em massa.

Inovações como: utilização crescente de robôs nos processos produtivos, especialmente nas indústrias; instalação de sistemas de autogestão e autoatendimento; informatização de instituições, substituindo o trabalho burocrático pelos sistemas; compras online em sistemas de internet, onde não há a necessidade de contato com o vendedor, todas essas práticas são efeitos da introdução de tecnologias que substituem o trabalho humano por computadores e máquinas automatizadas. Ou seja: empregos que visem otimizar o trabalho e reduzir a mão de obra são caracterizados como os principais fatores do desemprego estrutural.

Com o desemprego, há também uma falta de expectativas para o trabalhador ou fragilização/comprometimento do poder de compra das pessoas, o que pode agravar ainda mais a questão econômica e a retomada do crescimento, bem como acentuar a redução da qualidade de vida e do acesso aos bens de consumo, duráveis ou não.

Segundo o economista Milton Friedman, “Nós temos um sistema (político) que aumenta impostos sobre o trabalho e subsidia o não-trabalho.” Logo, o desemprego estrutural acaba sendo comum em países desenvolvidos, justamente porque é nestes que há uma ampliação das tecnologias nas atividades produtivas, acompanhada pela perda progressiva das conquistas salariais e direitos sociais, bem como do crescimento das relações de trabalho ditas “atípicas” ou “não estandartizadas”.

Portanto, é necessária a implementação de educação de qualidade, a politização, a conscientização de classe (política, social), a autovalorização das comunidades e, em especial, a promoção de condições dignas de sobrevivência, que depende do equilíbrio econômico e social. Havendo uma substituição do trabalho humano pela força de máquinas ou robôs, haverá consequente estado permanente de desemprego? É hora de darmos um basta?

Valdomiro Colavite Belinelo: Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS.


Nilton César Carraro: Mestre em Ciências Contábeis, Doutor em Engenharia de Produção e Professor do curso de Administração da UFSCar – Campus Lagoa do Sino – Buri/SP.


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