TEXTO PUBLICADO NA FOLHA DE LONDRINA (CADERNO FOLHA 2) DO DIA 26/10 QUARTA-FEIRA Eu estava na sala e ouvia, por acaso a discussão que vinha da cozinha. “A Norma morreu! Foram três tiros”, diziam. E quem? Quem matou Norma? Foi a conversa mais discutida na casa. Não na minha. Eu não tenho casa. “Mas quem matou Norma” Como que em um ato de provocação disse: - uma juíza foi baleada e morreu. Foram 21 tiros. - Ahã! A Norma morreu com três! E deram risada. “Dane-se a juíza. E daí que ela morreu 21 tiros? No Rio de Janeiro? Isso é normal... Daí eu disse: “Não ‘isso’ é a vida real”. E na vida real tem jovens na área da casa fumando alguma coisa estranha, tal denarguilé. Um cheiro estranho. “Mas não tem problema porque no “Clone” também fumam esse negócio aí”, alguém respondeu. E deu no que deu. Quem matou Norma? Uma mãe. E que mãe não protege o filho por pior que seja. Do narguilé para o cigarro, do cigarro pra maconha e assim por diante... Ninguém ligou pra morte da juíza e foram dormir felizes porque, enfim, souberam quem matou Norma. Uma mãe. Infertilidade e alienação! E alguém pode responder a pergunta? Ah! E na vida real, como é que eu troco de canal? * *trecho da música do Engenheiros do Havaí.